quarta-feira, 13 de agosto de 2014

[ Resenha ] A Menina Que Roubava Livros - Markus Zusak


Entre 1939 e 1943, Liesel Meminger encontrou a Morte três vezes. E saiu suficientemente viva das três ocasiões para que a própria, de tão impressionada, decidisse nos contar sua história, em A Menina que Roubava Livros. Desde o início da vida de Liesel, na rua Himmel, numa área pobre de Molching, cidade desenxabida próxima a Munique, ela precisou achar formas de se convencer do sentido da sua existência.

Horas depois de ver seu irmão morrer no colo da mãe, a menina foi largada para sempre aos cuidados de Hans e Rosa Hubermann, um pintor desempregado e uma dona de casa rabugenta. Ao entrar na nova casa, trazia escondido na mala um livro, O Manual do Coveiro. Num momento de distração, o rapaz que enterrara seu irmão o deixara cair na neve. Foi o primeiro de vários livros que Liesel roubaria ao longo dos quatro anos seguintes.

E foram estes livros que nortearam a vida de Liesel naquele tempo, quando a Alemanha era transformada diariamente pela guerra, dando trabalho dobrado à Morte. O gosto de roubá-los deu à menina uma alcunha e uma ocupação; a sede de conhecimento deu-lhe um propósito. E as palavras que Liesel encontrou em suas páginas e destacou delas seriam mais tarde aplicadas ao contexto a sua própria vida, sempre com a assistência de Hans, acordeonista amador e amável, e Max Vanderburg, o judeu do porão, o amigo quase invisível de quem ela prometera jamais falar.

Há outros personagens fundamentais na história de Liesel, como Rudy Steiner, seu melhor amigo e o namorado que ela nunca teve, ou a mulher do prefeito, sua melhor amiga que ela demorou a perceber como tal. Mas só quem está ao seu lado sempre e testemunha a dor e a poesia da época em que Liesel Meminger teve sua vida salva diariamente pelas palavras, é a nossa narradora. Um dia todos irão conhecê-la. Mas ter a sua história contada por ela é para poucos. Tem que valer a pena.


autor: Markus Zusak | paginas: 480 | editora: intrínseca | ano: 2007

Com uma narrativa envolvente, é impossível não se afeiçoar com essa história.
Narrado pela ceifadora de almas A Morte, nós vamos conhecer uma passagem da vida de Liesel. 
Se há poesia no sofrimento, com certeza é isso que encontramos nesta história.
Particularmente gosto de livros com passagens históricas. Neste caso sobre a Segunda Guerra Mundial.
Mostra como uma garotinha alemã pode ser uma grande amiga de um judeu. 
Esse livro vai mexer com seu senso de justiça. Vai nos fazer refletir nosso pré-conceitos. 


"Será que essas pessoas mereciam algo melhor?
Quantas delas haviam perseguido outras ativamente, seguindo o rastro do olhar de Hitler (...)"

Com Liesel eu aprendi que não há nada capaz de abalar a fé e a esperança. Que sempre vai haver uma luz no fim do tunel. Pois a morte as vezes é apenas uma saída, uma forma de abreviar a dor e o sofrimento.


"(...) felicidade perduraria por todo o verão e parte do outono. E então seria levada a um fim abrupto, porque o resplendor iluminou o caminho para o sofrimento."


Com Liesel aprendi que sempre temos que seguir em frente, aconteça o que acontecer, siga em frente...

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